quinta-feira, 28 de abril de 2011

Como um advogado acaba um relacionamento ...

Prezada Taynara,

Face aos acontecimentos de nosso relacionamento, venho por meio desta, na qualidade de homem que sou, apesar de V Sa. não me deixar demonstrar, uma vez que não me foi permitido devassar vossa lascívia, retratar-me formalmente, de todos os termos até então empregados à
sua pessoa, o que faço com supedâneo no que segue:

A) DA INICIAL MÁ-FÉ DE VOSSA SENHORIA :

1. CONSIDERANDO QUE nos conhecemos na balada e que nem precisei perguntar seu nome direito, para logo chegar te beijando;
2. CONSIDERANDO seu olhar de tarada enquanto dançava na pista esperando meu approach;
3. CONSIDERANDO QUE com os beijos nervosos que trocamos naquela noite, V. Sa. me induziu a crer que logo estaríamos explorando nossos corpos, em incessante e incansável atividade sexual.

Passei então, a me encontrar com Vossa Senhoria.

B) DOS PREJUÍZOS EXPERIMENTADOS:

1. CONSIDERANDO QUE fomos ao cinema e fui eu quem paguei as entradas, sem se falar no jantar após o filme;
2. CONSIDERANDO QUE já levei Vossa Senhoria em boates das mais badaladas e caras, sendo certo que fui eu, de igual sorte, quem bancou os gastos.
3. CONSIDERANDO QUE até à praia já fomos juntos, sem que Vossa Senhoria gastasse um centavo sequer, eis que todos os gastos eram por mim experimentados, e que Vossa Senhoria não quis nem colocar biquini alegando que estava ventando muito.

C) DAS RAZÕES DE SER DO PRESENTE:

1. CONSIDERANDO AINDA QUE até a presente data, após o longíquo prazo de duas semanas, Vossa Senhoria não me deixou tocar, sequer na sua panturrilha;
2. CONSIDERANDO QUE Vossa Senhoria ainda não me deixa encostar a mão nem na sua cintura com a alegaçãozinha barata de que sente cócegas;

DECIDO SOBRE NOSSO RELACIONAMENTO O SEGUINTE.

1. Vá pra puta que te pariu pois eu não sou mais muleque e sexo não é um lazer mas sim uma necessidade;
2. Não me venha com balelas de que pensava que eu era diferente;
3. Saiba que vou te processar por me iludir aparentando ser a mulher dos meus sonhos, e, na verdade, só me fez perder tempo, dinheiro, e jogar elogios fora, além de me abalar emocionalmente.

Sinceramente, sem mais para o momento, receba o meu cordial abraço, dando aqui por encerrado o nosso relacionamento, nada mais subsistindo entre nós, salvo o dever de indenização pelos prejuízos causados.

Porto Alegre, 06 de junho de 2003

Mauro Otávio
(vítima)

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